É exponencial a procura dos produtos de marca de distribuidor (MdD), embora exista, ainda, uma grande fidelização de certos produtos de marca de fabricante (MdF).
Em Portugal para alcançar 50% dos consumidores, uma marca tem de estar em dois grandes grupos de distribuição – Sonae MC e Jerónimo Martins – se tal não acontecer o seu desaparecimento é iminente. As marcas próprias defendem que a proporção da disposição do linear é injusta, visto que apenas existe espaço para a MdD e o líder de mercado que o consumidor não dispensa. A posição dominante dos híper e supermercados promove o desaparecimento das terceiras e quartas marcas das MdF, em oposição ao crescente aparecimento das marcas próprias. É justo? A APED afirma que sim.
A pretexto de que o oferecido é apenas e somente para melhor satisfação das necessidades e desejos dos clientes, e daí o aumento do espaço nos lineares, a concorrência torna-se “desleal” – Centromarca. A distribuição é quem marca os preços finais ao consumidor, tanto de MdF como MdD. Isto permite fazer uma subsidiação cruzada, penalizando as de fabricante, quer dizer que os PVP’s mais elevados das marcas próprias vão financiar os preços baixos das marcas brancas.
Toda esta situação é, e será, muito discutível. No entanto sou parcial no que trata do benefício para a indústria portuguesa que produz para os grupos de distribuição. O desenvolvimento das marcas brancas tem contribuído para o crescimento de empresas nacionais, maioritariamente PME´s. O sector agrícola é um dos que tem aumentado os seus níveis de eficiência e modernização, melhorando o posicionamento em Portugal e crescimento internacional. Os grandes produtores multinacionais têm estrangulado esta posição estratégica aos produtores portugueses, até agora.
A Unilever promovia-se pela ideia de que todas as famílias tinham em suas casas um produto da sua empresa. Será que este fenómeno mudou radicalmente para MdD em 100% das casas?
E num futuro próximo iremos verificar uma injusta disposição dos produtos nos lineares, ou pelo contrário, o consumidor vai ter satisfeito o seu desejo de consumo de produtos com qualidade a um preço inferior?
Baseado: “Radar: APED e Centromarca” por Mª João Pinto, Marketeer Março 2011.